Os cariocas estão se rendendo aos homens da lei, neste carnaval. Pelo menos no que se refere às fantasias mais procuradas e vendidas nas ruas da Saara (Sociedade de Amigos e Adjacências da Rua da Alfândega) , no Centro do Rio.
Na esteira do sucesso do filme “Tropa de elite”, trajes estilizados dos policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), para crianças, e das policiais americanas, para as mulheres, estão deixando os tradicionais bate-bola e odaliscas para trás. O uniforme da “Trupe de elite” (R$ 50), para a garotada de 2 a 14 anos, só é encontrado na loja Bibinha Modas Infantil, segundo a vendedora Rosana Correa. O uniforme está superando a venda de fantasias dos super-heróis. Na versão masculina, o traje todo preto é formado por camiseta, bermudão e colete com a caveira, boina, cinto e coldre. Para as meninas, em vez do bermudão, uma minissaia.
“Está vendendo que nem água no deserto. Já estamos na terceira remessa. Tem gente que compra para revender. Os pais chegam para comprar fantasia de pirata ou cigana, mas quando vêem o “Trupe de elite”, deixam as outras fantasias de lado. Mas por enquanto, está saindo mais para os meninos. A gente nem vende mais bate-bola”, contou Rosana.
Policial estilizada
Renata se rende à tentação de experimentar a fantasia de policial americana. (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1)
À procura de uma fantasia para o carnaval que a família vai fazer na casa de veraneio em Marica, na Região dos Lagos, a professora Renata Teixeira Rueda, de 25 anos, não resistiu e experimentou a fantasia de policial feminina do DEA, a Divisão Anti-drogas dos Estados Unidos.
“É diferente, sensual e original. Pode ser uma boa opção para o baile à fantasia que minha família vai promover. Estou procurando uma fantasia que também seja barata”, disse Renata, que ainda não decidiu que personagem vai encarnar no carnaval. De acordo com o vendedor Jedir Coutinho Pereira, da Casa Turuna, além da fantasia de policial feminina, a procura também é grande por fantasias de militares, enfermeira, empregada doméstica, Branca de Neve e Chapeuzinho Vermelho. Tudo para mulheres. As fantasias custam entre R$ 80 e R$ 100. “São a novidade deste carnaval. Elas são um pouco mais caras, mas têm um bom acabamento e são diferentes. Como o carnaval é no começo de fevereiro e o pessoal ainda está se refazendo das dívidas de fim de ano, o movimento ainda está fraco”, disse Pereira.
Na contramão da lei
Homens preferem encarnar o malandro carioca, no carnaval. (Foto: Alba Valéria Mendonça)
Como não há fantasias de policiais masculinas, os homens estão seguindo na contramão da lei. Mais práticos, os homens, este ano, estão deixando de lado o bate-bola e o pirata para apostar no malandro carioca, de camisa listrada e chapéu de aba, que sai em média por R$ 20. “É um traje barato e fácil de encontrar. Homens não gostam de se produzir muito. Eles preferem apostar nos acessórios: máscara, peruca, gravata, óculos, asas, antenas. Somente grupos compram a fantasia de bate-bola completa, com sombrinha e tudo que custa R$ 524”, disse o vendedor. Fantasias luxuosas de passista também têm lugar garantido no armário de quem quer arrasar neste carnaval. Biquínis bordados, munhequeiras, perneiras e gargantilha variam R$ 130 (sem o chapéu) na Loja de Bijuterias Silmer, a R$ 1.100 (completa), na Casa Turuna. E podem chegar a mais de R$ 3 mil, na Caçula. “Mas tem opções para todos os gostos. Quem não tem dinheiro para uma alta produção, está buscando fantasias diferentes, como a de padre, de bruxa, de enfermeira. As mulheres estão inovando, elas querem se vestir de princesas”, disse a vendedora Cristiane Ramos, da Silmer.
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